O professor Denizard ouviu falar
pela primeira vez sobre os fenômenos das mesas falantes em 1854 e em 1855 foi
convidado para participar de uma dessas reuniões por um amigo o Sr. Patier que
era um homem muito sério e instruído.
O professor aceitou participar,
pensando que eram fenômenos relacionados ao estudo que fazia sobre magnetismo.
Após algumas sessões questionava-se para descobrir uma resposta lógica que
pudesse explicar como podia simples objetos emitir mensagens inteligentes. As
manifestações lhes davam a impressão que por trás das mesmas havia uma causa
inteligente responsável pelos movimentos. Passou a investigar tais manifestações,
pois sabia que ali estava a revelação de uma nova lei.
Cada vez mais o professor
Denizard ficava intrigado com essas
forças invisíveis que se manifestavam nas seções e diziam ser almas de homens
que haviam vivido na Terra. Mais intrigado ficou quando em uma das seções recebeu
uma mensagem destinada a ele informando que: “Daria vida a uma nova Doutrina
filosófica, científica e moral.” O professor respondeu que sendo ele o
escolhido, tudo faria para desempenhar com empenho as obrigações encomendadas.
Allan Kardec, uma pessoa madura e
racional iniciou sua observação e estudo dos fenômenos espíritas, mas sua
primeira atitude é de ceticismo: “Eu acreditarei quando veja, e quando consiga
provar que uma mesa dispõe de cérebro e nervos, e que pode se tornar
sonâmbula.”
Após a admiração e a incredulidade
inicial, Rivail pensa seriamente na legitimidade de tais fenômenos e continua
nos seus estudos e observações, se convencendo pouco a pouco da seriedade do
que estava presenciando. Ele diz: “de repente me encontrava em meio de um fato
estranho, contrário, à primeira vista, às leis da natureza, ocorrendo na
presença de pessoas honradas e dignas de fé. Mas a idéia de uma mesa falante
ainda não cabia na minha mente”.
Na casa da família Baudin havia
duas meninas médiuns: Julie e Caroline
Baudin de 14 e 16 anos respectivamente e lá começa o desenvolvimento da
Codificação Espírita propriamente dita no ano de 1855.
As mesas falantes deram lugar à
prática chamada cesta-pião que era um tipo de cesta que tinha em seu centro um
lápis onde pessoas com capacidade de receber mais fortemente a influência dos
Espíritos, médiuns com as meninas Julie e Caroline Baudin, colocavam suas mãos
na borda da cesta, e as frases-respostas iam se formando.
Cesta-pião
Posteriormente a cesta-pião deu
lugar ao uso das próprias mãos dos médiuns, ou seja, o fenômeno da psicografia
e todas as respostas a perguntas feitas por Kardec aos Espíritos eram revisadas
e analisadas várias vezes. Este controle rígido de tudo o que vinha de
informações do mundo espiritual é o "Controle Universal dos
Espíritos".
A partir dessas perguntas e
respostas, Allan Kardec preparou o lançamento das cinco Obras Básicas da
Doutrina Espírita, a Codificação, tendo início em 1857 com o lançamento de "O
Livro dos Espíritos". Estes livros contêm toda a teoria e prática da
doutrina, os princípios básicos e as orientações dos Espíritos sobre o mundo
espiritual e sua constante influência sobre o mundo material.
Em 1858 Kardec lançou a
"Revista Espírita" (a semente da imprensa doutrinária) e fundou a
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas que passou a ser a central do
Espiritismo, local de estudos e incentivadora da formação de novos grupos.
Allan Kardec desencarnou em 31 de
março de 1869, aos 65 anos, vítima de um aneurisma. Seus persistentes estudos
foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e organização dos
ensinos doutrinais.
AS OBRAS DE ALLAN KARDEC
Estas são as Obras Básicas, que compõem
o chamado "Pentateuco Espírita": as cinco obras da Codificação
Kardequiana nas quais os Espíritos Superiores nos trouxeram as bases que formam
a Doutrina Espírita:
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Princípios da Doutrina Espírita
sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os
homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade
- segundo os ensinos dados por Espíritos Superiores com o concurso de diversos
médiuns - recebida e coordenada por Allan Kardec.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
A explicação das máximas morais
do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas
circunstâncias da vida.
A GÊNESE
A Doutrina Espírita há resultado
do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A Ciência é chamada a
constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a sua
grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação
delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.
O CÉU E O INFERNO
Exame comparado das doutrinas
sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e
recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc., seguido
de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da
morte.
O LIVRO DOS MÉDIUNS
Ensino especial dos Espíritos
sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação
com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os
tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo. (Fonte: Federação Espírita
Brasileira)
Chico Xavier psicografando obra ditada por Emmanuel
Maria